O Brasil está passando por fortes mudanças climáticas nos últimos anos e seu inverno tem sido mais rigoroso a cada ano. Em 2021, o Instituto de Nacional de Meteorologia emitiu um comunicado sobre a possibilidade de geada, devido à frente fria de alta intensidade contida entre o final de julho e começo de agosto.
Desde o início do inverno, notava-se em propriedades no sul do país, a ocorrência de temperaturas baixas e esporádicas ocorrências de geadas. Todavia, no final de julho esse cenário se intensificou, atingindo grande parte da região sudeste, como os estados de Minas Gerais e de São Paulo. O impacto foi enorme, visto que ambos são responsáveis por uma produção agrícola bastante intensa e diversificada.
Busca-se estimar a perda de produção nas diferentes culturas afetadas. Dessa forma, pode-se também prever a ocorrência de aumento no preço desses produtos nas prateleiras. Embora a importação seja uma alternativa, a oferta desses produtos no cenário mundial pode ser comprometida. Deste modo, entende-se os prejuízos da ocorrência deste fenômeno natural. O fator agravante desta geada é a ocorrência em dias consecutivos, caracterizado pela persistência de temperaturas mínimas.
Então, é muito importante saber os diferentes tipos de manejo para se preparar para a geada. Levando sempre em consideração a especificidade de cada cultura, como: hortaliças, perenes e anuais. Cada uma delas necessita de um preparo diferente para enfrentar geadas. Assim, minimizando as perdas de produções ao máximo.
Medidas Estratégicas contra geada
Pensando nisso, técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento elaboraram algumas medidas estratégicas para contornar essas adversidades. Dentre as principais medidas podemos ressaltar:
Deixar o terreno limpo
Essa prática evita principalmente a circulação da fonte de ar frio nas camadas mais superficiais do solo, como a deposição de palhada e vegetação nas entrelinhas. Assim, é possível expor o solo, pelo máximo tempo possível, ao Sol. Assim, retendo mais calor durante as horas de Sol.
Pulverizações prévias
Com o preparo de calda com açúcar ou melaço de cana, as pulverizações antecedentes há 12 horas da geada ajudam na recuperação mais rápida de plantas lesadas e já afetadas.
Fogueiras
A queima de fogueiras ao redor da produção, associada com a circulação de ar forçada para espalhar o calor, pode amenizar os impactos da geada na cultura.
Aplicação de nutrientes
A aplicação de nutrientes como cálcio (Ca), e principalmente potássio (K), via foliar, aumenta a concentração de solutos na planta. Assim, reduz o ponto de congelamento do citoplasma, evitando a formação de cristais de gelo no interior das células das plantas.
Irrigação por microaspersão
Incitando a irrigação durante as horas mais frias da madrugada, até o nascer do sol, ela pode ao congelar-se liberar seu calor latente para o interior da folha, todavia em épocas de seca não seja uma alternativa viável.
Assim, cabe ao agricultor fazer o acompanhamento climatológico de sua região para analisar o período que a temperatura poderá gerar danos à produção e, posteriormente, estudar as medidas adequadas de mitigação dos efeitos das geadas para cada cultura, com o intuito de minimizar perdas de produção neste momento atípico. Dessa forma, será possível reduzir os danos e lidar com futuras ocorrências de geadas em São Paulo e região.
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