A atividade pecuária vem nos últimos tempos sofrendo uma pressão muito grande devido a diminuição de margens, disponibilidade de animais e competição por área com a agricultura. E com isso o mercado tem selecionado os produtores que conseguem mais eficientemente transformar capim em carne.
Para conseguir ser mais eficiente o pecuarista deve antes de tudo “fazer o básico bem-feito”, pois apenas após isso poderá aplicar novas tecnologias à produção.
A agricultura passou (e ainda passa) por uma transformação muito intensa rumo a precisão e a pecuária tem dado passos na mesma direção. Novas tecnologias têm ajudado o homem do campo a gerir toda sua fazenda tanto perto, quanto a distância. Hoje pode-se estimar quando os animais devem ser trocados de piquete através de observação de cobertura vegetal por imagens de satélite. Pode-se ter previsão climática para determinada coordenada, evitando por exemplo que se faça uma adubação nitrogenada e aconteça uma chuva muito intensa, o que diminui a eficiência do fertilizante. Há também balanças que podem ser distribuídas na propriedade de forma que o gado realize a pesagem sem nenhuma mão-de-obra, conseguindo otimizar a nutrição e agir mais rapidamente em falhas.
Para além das inovações de informática, há também outras tecnologias sendo testadas nas pastagens, tais como bactérias para favorecer a disponibilização de determinados nutrientes à planta, economizando assim na adubação do sistema.
Por último, e talvez um dos pontos mais importantes, é a forma de comercialização dos animais. Como sugerido anteriormente, a pecuária vem copiando a agricultura rumo a maior profissionalização. Na produção de grão e fibras, boa parte da safra é negociada antes mesmo de ser plantada, isto é, há uma segurança do produtor quanto ao valor que receberá por sua produção. A pecuária tem estado muito instável quanto a preços de venda, o que pode acarretar prejuízo muito grande ao produtor. Em suma, o produtor, ou melhor, o empresário deve atentar-se à possibilidade de negociação antecipada de preços e assim fazê-la pelo menos em parte de sua produção. Protegendo seu negócio da oscilação de preços.
Há muitas mudanças ocorrendo na pecuária rumo a profissionalização do setor, e o pecuarista que não se adequar a essas mudanças será menos eficiente e ficará para trás. A fazenda deve ser uma empresa, e como toda, deve ser muito bem gerida analisando as oportunidades de aumento de rendimentos (produção por ha) e minimização de risco. Favorecendo então uma maior lucratividade!
Escrito por
Manoel Afonso Assunção Serra