Agricultura Orgânica:
A preocupação do consumidor com a alimentação vem crescendo muito nos últimos tempos. Produtos industrializados, com aditivos e conservantes se mostram pobres nutricionalmente e não satisfazem os consumidores mais exigentes que têm ideais de sustentabilidade e saúde. Sendo assim, podemos observar um grande aumento na procura por produtos orgânicos, principalmente em cidades próximas aos maiores centros comerciais. Com isso, a produção orgânica passa a ser uma opção extra de renda para produtores.
Temos em média 18.000 produtores de orgânicos no Brasil, sendo 75% agricultores familiares, com 3 bilhões de reais de faturamento no mercado nacional em 2016. O mercado de orgânicos cresce em média 20% ao ano e há previsão de que se mantenha com um crescimento estável, possivelmente conquistando novas regiões e públicos.
Benefícios para o produtor de orgânicos:
- Não utiliza fertilizantes sintéticos e agroquímicos: Com a aplicação correta do manejo orgânico têm-se a diminuição dos gastos com insumos sem diminuição da produção;
- Sustentável: Utiliza da reciclagem de compostos orgânicos para adubação e de inimigos naturais ou alternativas biológicas para o controle de pragas;
- Valorização do produto final;
- Versatilidade: O método pode ser aplicado em qualquer tipo de cultura, desde hortaliças até cana-de-açúcar e frutíferas para produção de açúcar e vinho respectivamente;
- Financiamentos especiais do governo: Com o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica do Ministério do Desenvolvimento Agrícola tais incentivos tendem a aumentar nos próximos anos;
- Não degrada o solo: Sem a adição constante de agroquímicos, a biologia do solo é preservada, promovendo melhor estrutura, aeração, controle de doenças e pragas sem gerar resíduos para o solo e lençol freático;
- Não prejudica a fauna: Tanto polinizadores quanto organismos aquáticos foram muito prejudicados com o uso abusivo de agroquímicos, levando alguns à beira da extinção;
- Alta demanda para exportação: A Apex-Brasil, ligada ao ministério das relações exteriores, é responsável por inúmeros produtores que exportam suas mercadorias principalmente para países da União Europeia.
O que preciso saber para iniciar uma produção orgânica?
Tipos de comercialização
É necessário que se tenha um conhecimento básico de qual tipo de comercialização se gostaria de realizar. A comercialização pode variar de acordo com o produto a ser comercializado, necessidade de selo, preço de venda entre outros fatores.
Por exemplo, se o produto for para exportação, deve seguir as recomendações e legislações do país que o importará. Geralmente há algumas pequenas diferenças da legislação Brasileira. Os tipos de certificação para o Brasil são:
- Certificação do SisOrg: Tal certificação pode ser feita por meio de OACs (Organismo de Avaliação da Conformidade orgânica) que são as próprias certificadoras. Também podem ser feitas pelo OPACs (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade) que fazem a certificação por um sistema participativo de garantia, também chamado de certificação por auditoria. Ambos os órgãos são ligados ao ministério da agricultura e fornecem o selo de garantia orgânica após análise da propriedade, dos registros, plano de manejo, insumos, entre outros Geralmente tal certificação é necessária para a venda em redes de mercados e varejo.
- OCS (Organização de Controle Social): Promovem o controle social de venda direta sem a certificação propriamente dita para comércio em feiras livres. Tal forma não contempla o selo de garantia, mas pode ser muito vantajosa para produtores iniciantes visto que tem menor custo.
Requisitos gerais para obter a certificação orgânica:
Alguns requisitos são necessários para que se tenha a certificação. Entre eles, podemos citar a descrição da unidade, medidas de controle para evitar contaminação de vizinhos, insumos utilizados e o histórico e registro dos procedimentos realizados na área.
RECOMENDADO: Cadastro Ambiental Rural atualizado, barreiras vegetais (caso se tenha produção convencional nos arredores), rotação de culturas, fertilizantes biológicos (compostagens, esterco de produções animais ou restos de culturas), fertilizantes sintéticos de baixa solubilidade, adubação verde e estratégias de controle biológico.
NÃO PERMITIDO: Fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agroquímicos de alto impacto no ambiente, entre outros.
PLANO DE MANEJO: Para que se obtenha a certificação cada certificadora exige um plano de manejo da propriedade que esteja de acordo com a legislação de orgânicos. Caso a propriedade esteja em período de conversão deve-se praticar o manejo orgânico de forma comprovada por 18 meses para perenes e 12 meses para anuais para conquistar a certificação. Para exportação esse tempo é dobrado.
DEPOIS DA CERTIFICAÇÃO: A ORGANICS (Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável) é uma associação de indivíduos e empresas de qualquer tamanho que visa desenvolver as atividades sustentáveis e produções orgânicas. A Apex-Brasil promove a exportação de produtos e serviços, valorizando o mercado Brasileiro no exterior e atraindo investimentos.
Gostaria de saber mais sobre produção orgânica? Leia também
Como a ESALQ Jr. Consultoria pode te ajudar na sua produção orgânica
ENTRE EM CONTATO COM A ESALQ JR. CONSULTORIA E AGENDE UM DIAGNÓSTICO GRATUITO
Escrito por Luísa Íscaro Benedito