Antes de mais nada: o que é uma “análise econômica”?
A análise econômica consiste em uma ferramenta muito utilizada com a finalidade de verificar a viabilidade, do ponto de vista econômico, de investimentos. Também é possível se direcionar a análise para uma esfera mais macro e analisar uma empresa, município, estado e até mesmo país, avaliando se é possível a sobrevivência e desenvolvimento pretendido, por exemplo. Aqui, daremos foco à parte de investimentos.
Mas afinal, quando se deve fazer essa análise?
Deve-se fazer a análise antes, durante e após a realização de qualquer investimento! No caso de um investimento de produção vegetal ou animal, por exemplo, o que geralmente se faz antes de realizar o investimento é um projeto de viabilidade econômica, no qual há o levantamento de todos os custos envolvidos, a estimativa da receita e a projeção de um fluxo de caixa, buscando alocar os custos e receitas ao longo do tempo. A partir da criação desse fluxo de caixa, se torna possível o cálculo de indicadores econômicos e, basicamente, sua correta interpretação consiste na análise econômica de investimentos, sendo base fundamental para a decisão: “investir ou não investir em um empreendimento”.
A análise feita durante e após a realização do investimento tem a finalidade de acompanhar seu o desempenho econômico ao longo do tempo, verificar se ele está dentro do que foi projetado anteriormente, se está sendo realmente lucrativo, servindo como “termômetro” para a eficácia do projeto como um todo e de seus processos.
Beleza, entendi a ideia! Mas agora me conte algo que ninguém nunca me contou!
Deixar de ganhar é perder
Esse é um ponto fundamental que se deve ter em mente para avaliar qualquer investimento. Você pode, por exemplo, ter um negócio que te gere um saldo positivo no final de cada mês ou ano. Contudo, você está levando em consideração o custo de oportunidade do capital investido? Se o custo de oportunidade for maior do que o saldo, mesmo que positivo, você está deixando de ganhar dinheiro, ou seja, está perdendo. Falando em números: Suponha que uma lavoura de milho, em um ano, lhe custe R$ 85.000,00 e lhe renda R$ 90.000,00. Teoricamente, está se lucrando R$ 5.000, certo? Agora suponha que esses R$ 85.000,00 poderiam estar aplicados em uma poupança, ou no tesouro nacional, por exemplo, rendendo 2% ao mês. Ao final de 4 meses (período aproximado do ciclo do milho), teríamos um montante de R$ 92.006,73. Logo, temos que se o investidor optou por plantar o milho ao invés de deixar o dinheiro aplicado na poupança, ele não ganhou R$ 5.000,00, mas perdeu R$ 2.006,73, além de ter alocado todo um esforço na lavoura.
O dinheiro vale menos no futuro
Tendo vista a pressuposição de que o capital que não está em uso está aplicado em uma poupança ou em títulos do tesouro nacional, vamos diretamente ao exemplo: Adotemos uma taxa de juros de 1,5% ao mês. Você prefere receber 20.000,00 hoje ou 20.800,00 daqui a três meses? Basta aplicar os juros composto sobre os R$ 20.000,00 para obtermos um valor de R$ 20.913,57 e descobrirmos que receber os 20.000,00 hoje compensa mais do que os 20.800,00 daqui a 3 meses. Outra maneira simples de observar que o dinheiro vale menos no futuro é a inflação. A grande maioria dos produtos que encontramos em lojas e mercados têm seu preço subindo continuamente ao longo dos anos, de forma que uma mesma quantia de dinheiro compre uma menor quantidade de produtos ao longo dos anos. O mesmo vale para máquinas, implementos agrícolas, terras, insumos, etc.
Assim, mostramos dois conceitos simples, com a fundamentação muito parecida e que são extremamente úteis na vida de qualquer pessoa que deseja fazer um investimento. Destacamos que os números demonstrados acima são meramente hipotéticos e ilustrativos, havendo a necessidade de cada investidor conhecer seus próprios valores, bem como o custo de oportunidade de seu capital.
Escrito por Orlando Lucato.