O manejo da pastagem ser realizado de forma correta é crucial, porém na prática é muito comum cometer erros que no fim refletem diretamente no nosso bolso. Um dos principais problemas é o pasto passado.
Fatores que influenciam o manejo da pastagem e desempenho animal
O desempenho animal em ganho de peso (GDP) está diretamente relacionado com sua ingestão de nutrientes, ou seja, o ideal é um adequado consumo de forragem de boa qualidade, bem manejada e colhida.
O manejo do pastejo rotacionado envolve fatores que devemos sempre estar atentos para que não haja sua degradação, como: UA/ ha; dias de ocupação/ piquete; nível de desempenho desejado por animal; características do solo, taxas de adubação, clima, local e genética do cultivar.
Para conseguir a melhor eficiência, entretanto, é feita a correlação dos fatores ambientais e da pastagem com os do animal, como por exemplo sua genética, idade, tamanho, sexo, estado fisiológico. A qualidade da forragem não se refere somente ao seu valor nutritivo, mas também ao consumo voluntário.
Quando há menos unidades animal do que a área poderia comportar, a forragem pode iniciar um crescimento vertical (colmos alongados, ou seja, menor relação folha/ colmo), o que por sua vez gera a seleção pelo animal que prefere comer as folhas e por consequência a altura de saída maior (isso acarreta em mais custos na produção por ter que roçar o pasto depois que o gado saiu).
Pastejo passado
Quando se fala de manejo de pastagem rotacionada, para ser o mais assertivo possível, é necessário aplicar a tecnologia certa no momento correto. Um exemplo comum nas fazendas é subestimar a taxa de lotação, acarretando no crescimento indeterminado da forragem, uma vez que esta não é colhida pelo animal.
Esse crescimento indeterminado se dá pelo uso por parte da planta, da temperatura, dos nutrientes, da radiação solar, de água, entre outras variáveis, que se não coletada no momento ideal pelo animal, será responsável por uma cadeia de reações que levarão a uma perda de produtividade.
Esta perda de produtividade se dá principalmente porque em um pasto com alta proporção de colmos e material morto e baixa proporção de folhas, o animal ainda irá comer as folhas primeiro, deixando muitas vezes sobras. Destas sobras, a macega (material morto) seca de um ano para o outro e forma um “colchão”, impedindo a luz de atingir o solo e como consequência a rebrota é muito mais lenta.
Ações ineficientes geralmente adotadas que podem levar ao problema:
Podem ser consideradas ações ineficientes: ter necessidade de cortar o pasto na saída ou não cortar; calcular errado o tempo de cada piquete; não controlar espécies invasoras e pragas; atear fogo na saída.
O mal manejo de um pasto passado gera consequências para outras gerações até o pasto acabar. Isso porque com a rebrota mais lenta o próximo ciclo será prejudicado e atrasado, dificultando assim a realização do manejo mais adequado.
Cenários comuns
Neste momento o produtor tem a opção de entrar em ciclo virtuoso ou em um vicioso, ou seja, pode fazer um manejo no qual a oferta é dada no tempo certo (momento ideal é pouco antes de a planta começar a investir em colmos por competição por luz) com a taxa de lotação apropriada ou a segunda opção na qual os animais saem do piquete e deixam o pasto com macega e colmos altos.
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O mais comum para produtores em ciclos viciosos é realizar uma das duas coisas: ou ele roça o pasto todo final das águas ou ele ateia fogo na macega. Roçar o pasto tem um custo alto e desnecessário (ainda por estar roçando o que poderia ter sido ofertado) e atear fogo mata a matéria orgânica na superfície e mineraliza uma parte em forma de cinzas. Os nutrientes neste caso ficam imediatamente disponíveis, porém não há quem os absorva, tendo como possibilidade então de serem perdidos. Ou seja, o ideal é atacar a origem do problema (pasto passado) e não o sintoma (macega, colmos elongados).
Ações eficientes no manejo da pastagem para evitar o sub-pastejo
As ações eficientes no manejo da pastagem são: ter uma lotação adequada; respeitar alturas de entrada e saída; adequar a genética da forragem com o ambiente (luz, água, temperatura, solo) e com a taxa de lotação desejada.
Conclui-se então que quando o manejo da propriedade não é correto o animal não colhe toda a massa verde, sobra muita (colmos) mesmo tendo baixa oferta (de folhas) e como consequência futuro material morto se acumula na área. As sobras reduzem a produção a curto, médio e longo prazo, sendo que a adequada altura e massa do pasto passado podem ajudar a evitar todos os problemas descritos.
Dependendo do nível de degradação em que a pastagem se encontra, principalmente por daninhas em excesso ou solo infértil, deve-se apenas recuperar a pastagem ou realizar a reforma da mesma. Na maioria das situações é mais vantajoso realizar a recuperação pelo fato de não necessitar ficar com a área improdutiva por muito tempo. Nestas situações os custos giram em torno de R$700,00 a R$1000,00 reais por hectare. Isso desconsiderando as perdas de eficiência que resultarão em menor conversão animal e menos lucro, às vezes até em prejuízo.
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Escrito por Gabriel Silvestre de Lima
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