O plantio do milho safrinha, assim apelidada, no diminutivo, porque a produtividade era geralmente menor que a safra, devido às condições não ótimas de luminosidade, além dos riscos de veranico, por exemplo. O plantio ocorre entre janeiro e abril, depois da safra de milho ou da soja precoce, na região Centro-Sul brasileira, envolvendo basicamente os estados do Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e, mais recentemente, Minas Gerais. Há cerca de 25 anos, a safrinha praticamente não existia. Esse sistema de plantio extemporâneo, sem irrigação, teve seu início por volta de 1978/79.
O grande incremento da safrinha, foi atribuído principalmente à necessidade de milho para uso na propriedade, especialmente por suinocultores e avicultores, já que o milho era mais vantajoso que outras culturas, como a do trigo e girassol, únicas opções economicamente viáveis para semeadura no período outono/inverno na ocasião.
Atualmente, o milho safrinha deixou de ser coadjuvante no cenário nacional porque a produtividade média hoje é semelhante à da safra, mas a produção e a área plantada são bem maiores, tanto a produção de milho safrinha quanto a área plantada é o dobro do que se tem na safra. Isso ocorre pela preferência pela soja na safra principal devido às condições de mercado, por exemplo.
No entanto, devido à luminosidade que não é a mais adequada e ao menor acúmulo de graus dia, o ciclo do milho é maior na safrinha, um motivo que torna a produtividade da safrinha um pouco menor.
A produtividade média de milho safrinha é de 5.880kg ou 98 sacas por hectare, a um valor de cerca de R$ 80,74 por saca do milho. Portanto, cultivo do milho safrinha possibilita uma produção e faturamento em um período ocioso do ano, onde o preço do grão geralmente é maior do que no período de safra de verão, e frequentemente, menor é o custo de produção, e por isso vem crescendo cada vez mais esse tipo de cultivo.
Fonte: Embrapa Escrito por Athos Castro