Bruno Stabelini
Em algum momento você já deve ter visto que a gasolina e outros combustíveis sofrem com o aumento de preços, e isso causa impacto direto nos setores da economia e no cotidiano dos Brasileiros, muito por estarem ligados ao setor do agronegócio, que por sua vez, também sofre com tais alterações que afetam a produção, consumo e exportações do Brasil.
Em uma primeira análise, é importante a noção de que os preços dos combustíveis fósseis estão intimamente relacionados com a alta do barril de petróleo. Já que estes são subprodutos do “ouro negro”, obviamente que com o aumento do preço do petróleo, o custo da gasolina e do diesel também são afetados, logo que dependem de sua matéria prima e são amplamente influenciados por sua cotação.
É imprescindível citar a Guerra entre Rússia e Ucrânia como um dos fatores do aumento do barril de petróleo, uma vez que a Rússia é uma das maiores nações detentoras da matéria-prima e exporta para o mundo inteiro. Entretanto, a alta do petróleo e consequentemente dos combustíveis como a Gasolina e o Diesel, não começaram junto com a Guerra da Rússia e Ucrânia. Aqui no Brasil, os preços dos combustíveis fósseis são muito afetados pela desvalorização do real e pela alta carga tributária que fazem o povo brasileiro sentir nos seus bolsos no cotidiano.
Além disso, ao tratar do agronegócio e da sua relação com as variações da cotação do petróleo, é extremamente importante citar da ureia, outro subproduto que possui ampla atuação no setor de fertilizantes, de tal maneira que influencia juntamente com os combustíveis fósseis uma alteração muito grande no setor do agronegócio, que resulta no aumento do custo da produção, aumento do preço dos insumos e finalmente no preço que chega ao consumidor.
Em um sistema econômico totalmente integrado, em que o aumento de uma matéria prima afeta diretamente seus subprodutos, é inevitável que os países e seus setores importantes de produção vivenciam a inconstância de preços e custos, que por fim elevam o custo do produto final. Atualmente, o setor brasileiro do Agronegócio é intimamente relacionado com a alta do petróleo, que gera consequências em cadeia nos seus subprodutos como a ureia, gasolina e principalmente o diesel, que de certa forma é o que mais afeta o produtor e o consumidor brasileiro. Mas por que?
O Diesel e sua relação com o setor agrícola
A ampla necessidade do setor agrícola com o diesel se define justamente nas suas dependências voltadas ao funcionamento da propriedade, a produção em si e o seu escoamento. De certa forma, o combustível está presente em todos os estágios da produção agrícola no Brasil.
O diesel é utilizado para motores pesados, ou seja, maquinários e tratores que garantem a produção da propriedade rural, grupos geradores de energia que servem para a manutenção da propriedade, e caminhões que atuam justamente no escoamento da produção, lembrando que aproximadamente 62% do transporte de carga no Brasil é rodoviário, simbolizando ainda mais a necessidade deste combustível fóssil para a chegada dos produtos agrícolas nos mercados e nas mesas da população brasileira.
Da mesma maneira, tais caminhões também fazem o transporte dos insumos agrícolas diretamente para as fazendas que se situam no interior do país, resultando em uma dependência ainda maior do agronegócio para o diesel, deixando o setor mais suscetível às variações de preço do petróleo, que consequentemente afetam o diesel.