Sara Felix
Diante da crescente demanda de agregar valor aos produtos derivados de florestas nativas e plantadas, o mercado de árvores é uma nova alternativa para otimização econômica e ecológica de produção.
Além da obrigação legal, instituída pelo Código Florestal que estabelece que propriedades rurais devem conter áreas florestadas, existem iniciativas que ampliam a relevância do mercado florestal. Exemplo disso são os programas de pagamentos por serviços ambientais, e os sistemas de integração, que são atividades que expandem a perspectiva ao setor. Sendo assim, as atividades florestais estão crescentes e almejadas como potencial aos produtores rurais.
Assim, independente do intuito, os produtos derivados dessas áreas florestais são rentáveis por conta da ampla variedade de oferta. Esses produtos podem ser caracterizados como madeireiros e não madeireiros, porém, ambos são responsáveis por agregação de valor dependendo da espécie de árvore selecionada. Os produtos madeireiros são aqueles derivados do uso da madeira em si, como lenha, carvão vegetal, madeira serrada e processada, celulose, entre outros. Já os produtos não-madeireiros são aqueles advindos da floresta, mas que não são madeira, como sementes, látex, resinas, gomas, entre outros. Apesar dos produtos serem utilizados para diferentes finalidades, são responsáveis pela movimentação do mercado florestal, e capaz de viabilizar a economia e fornecer ganhos aos produtores.
Figura 1 – Produtos florestais não-madeireiros. Fonte: MATA NATIVA, 2018.
Em relação à escolha das espécies florestais de alto valor agregado são baseadas no tempo de produção e crescimento, valor no mercado, e aspectos relacionados ao clima e solo da região. Dessa maneira, as principais espécies de árvores que são consideradas mais rentáveis economicamente para a produção comercial são:
– Mogno Africano: Espécie exótica, considerada como madeira nobre de fácil manejo, possuindo rápido e bom retorno financeiro. A produção possui alta abrangência em todas as regiões do país, tendo um retorno entre 17 e 25 anos. Os produtos derivados podem ser utilizados para construção civil e naval, móveis de luxo, instrumentos musicais, pisos, entre outros.
– Teca: Espécie exótica, considerada como madeira nobre também, porém não recomendada para a produção em regiões frias por serem sensíveis à geada. Em relação aos produtos derivados, a madeira é muito utilizada na carpintaria, marcenaria, móveis de luxo, e indústria naval. A partir de 5 anos há o retorno para a comercialização.
– Ipê: Espécie nativa, sendo uma das principais espécies utilizadas para implementação em Reserva Legal, e arborização urbana. Os produtos derivados são madeireiros e não-madeireiros, sendo madeira de alta resistência utilizada para fabricação de decks. Já os produtos não-madeireiros podem ser o fornecimento de sementes e mudas, e a utilização da entrecasca na indústria farmacêutica. O retorno é demorado, sendo mais de 30 anos.
– Guanandi: Espécie nativa, considerada de madeira nobre para confecção de móveis de luxo, utensílios, instrumentos musicais, entre outros. A produção é de fácil manejo, e se adapta bem a áreas inundadas em parte do ano. O retorno está entre 18 e 30 anos.
– Eucalipto: Espécie exótica, muito utilizada na indústria de papel e celulose. Fácil crescimento, manejo e possui abrangência em todo o país. O retorno é rápido, motivo para ter muitos investimentos na produção da espécie, sendo este entre 5 a 7 anos.
– Pinus: Espécie exótica, muito utilizada em regiões mais frias do Sudeste e Sul do Brasil. A madeira é muito utilizada na fabricação de móveis, construção civil, caixotarias, outros. Já os produtos não-madeireiros mais utilizados são as resinas e sementes. A partir de 8 anos se têm o retorno da espécie.