No Brasil, ano a ano, o agronegócio se consolida como uma atividade primordial para o desenvolvimento econômico, uma vez que o país é líder mundial em exportação de produtos agropecuários. Assim, compreender as tendências de produção, os impactos econômicos e, principalmente, os mercados em alta no agro brasileiro é de suma importância, tanto para entender o cenário econômico como social do país.
Segundo informações do relatório das Projeções do Agronegócio no Brasil 2010/11 a 2020/21, publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), as tendências de mercado no Brasil se concentram nos produtos que indicam maior potencial de crescimento da produção e das exportações. Assim, segundo o estudo, os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser o algodão, a soja, a carne bovina, a carne de frango, o açúcar, o papel e a celulose.
De acordo com a publicação, as projeções de consumo, produção e importação indicam que diversos produtos devem apresentar aumentos expressivos de produção nos próximos anos. Logo, a liderança nesse sentido deve ser do algodão em pluma, 47,84%, da soja grão, da 25,91%, da carne de frango, 30,0%, da cana-de-açúcar, 24,59%, do papel, 24,74%, e da celulose, 34,0%.
Paralelamente, neste ano, no mês de agosto, o agronegócio brasileiro apresentou um superávit de US $8,8 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura. Tal cenário está diretamente relacionado às elevadas exportações de soja do Brasil, que representaram um terço do valor negociado no mês, e que caminha para alta ainda mais expressiva no mês de outubro. Ademais, outro mercado que demonstrou reação neste mês foi o milho, com a alavancagem nos preços no mercado futuro do grão. Por outro lado, as vendas externas de carne bovina podem recuar em meio à suspensão de compras da China: sem retomar vendas para o país asiático, as exportações podem cair até 10%, impactando toda a economia brasileira.
Somado a isso, os produtores brasileiros também sofrem com encarecimento e falta de importantes insumos utilizados na agricultura (como fertilizantes e defensivos), além dos altos custos impulsionados por geadas registradas em julho deste ano. Aliadas às fortes secas em diversos estados do país, os fenômenos climáticos reduziram a produtividade das lavouras e exigiram uma intensificação nos tratos culturais, impactando diretamente o agricultor brasileiro.
Por tudo isso, se faz fundamental que todos os envolvidos nesse setor, que vão desde o produtor rural até as grandes agroindústrias, conheçam das particularidades que o ramo apresenta, como também estejam atentos às possíveis mudanças que possam afetar diretamente o agronegócio.
Por Letícia Maria Cardeal Leonel