A produção de suínos pode ser descrita como uma atividade pecuária que já está consolidada no Brasil há muito tempo, porém, suas margens de lucro vêm caindo ano após ano. Para que isso não ocorra, é muito importante manter a sustentabilidade da cadeia produtiva. Sendo assim necessário adotar métodos mais técnicos e comprovados experimentalmente, integrando tudo na gestão empresarial do negócio.[F1]
O Brasil é classificado como o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo. Atualmente, os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná são os três maiores produtores nacionais. No entanto, com o aquecimento do mercado, a tendência é que haja um crescimento na produção das outras regiões do país.
Tendo uma média anual de 15,5 quilos consumidos por pessoa, a carne suína pode ser classificada como um dos alimentos de origem animal mais consumido no mundo. Por algum tempo no Brasil, houve certo preconceito em torno desse tipo de carne, mas novas práticas de manejo da granja possibilitaram que mitos fossem desfeitos, como por exemplo, os maus-tratos nos animais.
Como iniciar sua produção de suínos
A criação de suínos é entendida como um negócio que está inserido no contexto pecuário-empresarial. Dessa forma, é de extrema importância que exista um planejamento prévio, guiado por um Plano de Negócios. Possibilitando assim o gerenciamento de todas as etapas do processo produtivo.
O dinheiro para a implantação e manutenção do sistema pode ser retirado de recursos próprios ou de financiamentos, sendo quase sempre recomendado a segunda opção. Com isso, sabe-se que a gestão dos recursos é essencial para o sucesso do empreendimento, o qual pode ser individual, de pequeno, médio ou grande porte.
Uma outra alternativa, é trabalhar no regime de cooperativa, situação que abrange duas vertentes: independente (quando o criador cooperado realiza todos os ciclos da produção), ou integrada (quando as etapas produtivas são divididas entre os membros da cooperativa). Para a escolha de qual método será melhor, cabe ao produtor avaliar a cadeia produtiva e identificar uma área de atuação que melhor se adeque a suas condições de investimento e ao mercado local.
Ficou em dúvida e preocupado sobre todas essas etapas? Então entre em contato com um de nossos analistas para sanar suas dúvidas e receber uma consultoria técnica de maneira clara e efetiva!
Dessa forma, no planejamento gerencial do projeto, é extremamente necessário considerar os seguintes fatores para que seu negócio tenha sucesso: escoamento da produção; logística de venda; demanda do seu produto; conhecimento dos custos; ter mão de obra capacitada para o manejo; e conhecimento da política e legislação da produção de suínos.
Por isso, é muito importante adotar técnicas que além de auxiliarem no planejamento operacional, também abordem o manejo animal em si. Um tema muito importante que vem sendo cada vez mais conhecido no mundo, é o bem-estar animal. Está técnica basicamente consiste em fornecer um ambiente que garanta o máximo de conforto, como por exemplo, o fornecimento de uma boa alimentação, bom alojamento a boa saúde dos animais. É fazendo isso que resultará em uma produção mais rápida e de maior qualidade.
Fatores importantes na produção de suínos
Um dos fatores altamente ligados com práticas de bem-estar animal é garantir boas práticas com os animais. A limpeza do ambiente onde estão os animais devem estar limpos e isentos de doenças. A sanidade mostra-se como um dos principais pilares de sustentação da produção intensiva de suínos, sendo que seus principais objetivos são: diminuir riscos e reduzir os custos de manejo para o produtor. Para isso, é preciso aplicar medidas de biossegurança, programas de vacinação, medicações profiláticas e programas de limpeza e desinfecção.
Para garantir um nível de contaminação sob controle, é necessário ter um programa de limpeza e desinfecção da granja. Com isso, é possível garantir higiene e saúde, resultando em um sistema mais eficiente e lucrativo. Dessa forma, podem ser adotadas práticas simples, como:
- Evitar a presença de fezes no piso;
- Manter os leitões doentes longe dos sadios;
- Evitar contato com instrumentos de trabalho sujos e contaminados;
- Separar roupas e botas exclusivas para uso na granja;
- Limitar o número de visitantes nos criatórios.
Outro fator importante é considerar os locais onde os suínos ficarão na propriedade, adotando tamanhos e quantidades de piquetes para segurar o número de animais, sem gerar stress para os mesmos e sem degradar a área em si. Além disso, é de extrema importância também, dimensionar a quantidade e tamanhos ideias de bebedouros e cochos para que não haja competição entre os animais, garantindo acesso a todos de maneira uniforme.
Em termos de alimentação, pode-se dizer que este mostra-se como um dos pilares para o sucesso da criação. Dessa forma, as rações devem ser calculadas e misturadas de acordo com a idade e finalidade da granja. Além da suplementação, é de extrema importância garantir que os animais pastejem em bons piquetes, pois tal prática, além de indispensável como medida dietética e higiênica, reduz os custos de produção de 30 a 40%, caso forem feitos com gramíneas ou leguminosas. Além da alimentação, podemos destacar que a criação de animais selecionados geneticamente garante excelente produção e assertividade na atividade.
Conclusão sobre a suinocultura
Pode-se concluir então que a adoção de tais práticas de monitoria, limpeza e desinfecção trazem benefícios ao criador em termos de melhoria do desempenho e da produtividade. Assim, reduzindo gastos com medicamentos, animais refugados e doenças (como parasitas, diarreias, problemas de pele e respiratórios).
Além disso, é de extrema importância adotar práticas que, além de auxiliarem no aumento de sua produtividade, também sejam sustentáveis ao meio ambiente. Com isso, pode-se ter benefícios ambientais e de retornos financeiros para a atividade, pensando-se também em questões que levem em consideração boas práticas e manejo adequado dos resíduos, emissões e efluentes gerados nesta atividade
A adoção destas técnicas possibilitará:
- Evitar a poluição e a perda da qualidade ambiental de mananciais hídricos, considerando o uso das águas superficiais e subterrâneas da bacia hidrográfica regional;
- Aproveitar os resíduos como compostos orgânicos;
- Minimizar a poluição das águas, do solo e do ar e, consequentemente, evitar a contaminação da cadeia alimentar;
- Garantir o equilíbrio e a integração das atividades de suinocultura com a vizinhança e o meio ambiente.[F2]
Um dos detalhes importantes, destacado pelo especialista na área Marcos Spricigo, é que para a sobrevivência dos produtores, estes devem permanecer unidos por meio de associações para disputar o mercado, pois caso contrário, o plano de negócios estará fadado ao fracasso. Ele ainda comenta que mesmo 2020 tendo sido um ano difícil para o suinocultor, por causa das variações e valores elevados do dólar, [F3] haverá um reajuste de preços no mercado interno, fato que trará lucro ao suinocultor.
Por fim, podemos observar a ascensão do mercado suíno no Brasil por causa das recentes notícias que projetam forte demanda da China para os suínos brasileiros. O fato do país estar sendo impactado pelos efeitos da peste suína africana resulta em uma dependência da carne brasileira nos próximos 5 anos.
Escrito por Fábio Brunelli Zamorano
Gostou do tema? Leia também:
3 dicas para otimizar o confinamento de gado
Gostou do conteúdo e ficou com interesse em iniciar ou melhorar sua produção de suínos? Então entre em contato com nossos analistas pelo telefone (19) 3429-4399 ou então envie um e-mail para