Devido a crescente pressão para a sustentabilidade, o eucalipto torna-se uma alternativa rentável para os produtores que se desafiam na área de cultivos florestais. Com ganhos variando de R$ 1.500,00 a R$ 4.000,00 hectare ao ano, a cultura se tornou importante para os produtores e tem grandes perspectivas no cenário nacional. A silvicultura paulista é 2° no ranking nacional, e segundo o IPEA, possui pouco mais de 1,3 milhão de hectares. Sendo assim, a terceira atividade em ocupação de área no Estado de São Paulo, com destaque principalmente para as regiões do centro e do Vale do Paraíba.
A escolha desse cultivo é decorrente da diversidade de mercados para os diversos produtos e subprodutos da cultura. Sendo eles a exploração da madeira; exploração da celulose; óleos essenciais; carvão; lenha; consórcio com outras culturas, entre outros.
Sistema Agroflorestal e o eucalipto
Nesse sentido de consórcio, surgiu o termo SAF (Sistema Agroflorestal), o qual tem como principais objetivos: restaurar florestas, recuperar áreas degradadas, aumentar a produtividade e rentabilidade em pequenas propriedades. Esse tipo de produção apresenta melhor aproveitamento do espaço e tempo.
Enquanto a cultura florestal é perene e demanda anos para agregar qualidade, volume e valor ao seu produto, a cultura não perene consorciada a ela pode produzir em menor tempo e com maior frequência. Não só gerando uma maior rotatividade de caixa mas também um maior volume de produção, quando comparado a um cultivo convencional florestal. Abaixo seguem algumas vantagens e desvantagens do SAF:
Vantagens
As Vantagens biológicas, físicas e ambientais: controle da erosão do solo, aumento da produtividade, redução de variáveis microclimáticas, redução do risco de perda de produção, uso de sombreamento.
As Vantagens Econômicas e Sociais: aumento da renda do produtor rural, maior variedade de produtos, redução de riscos de insucesso, redução dos custos de plantio, melhoria na distribuição de mão-de-obra rural, redução das necessidades de capinas.
Desvantagens
Aumento na competição entre os componentes vegetais, potencial para perda de nutrientes, danos mecânicos durante a colheita, danos promovidos pelo componente animal, alelopatia, habitat ou hospedeiros para pragas e doenças, dificuldade no planejamento (necessidade de conhecimento técnico).
Por outro lado, muitos dos pontos negativos podem ser evitados com a implantação correta dos componentes do sistema e com a devida orientação de profissionais.
Por isso, há necessidade de analisar os aspectos técnicos mais importantes, antes de se decidir sobre investir ou não no plantio de eucalipto. Então, os principais aspectos técnicos são: clima; solo; dimensão da área; sistema de cultivo; principal finalidade de uso; sistema de colheita; dentre outros.
Como mencionado no início, as perspectivas são boas para o futuro, uma vez que a expansão das florestas plantadas e a restauração de áreas degradadas têm potencial de contribuir direta e indiretamente com a redução do desmatamento ilegal, ao mesmo tempo em que aumenta os estoques de carbono, que inclusive é pauta atual de discussões nacionais e mundiais.
Por isso é cada vez mais necessário o desenvolvimento de conhecimento e pesquisas para que se tenha maior produção em menor área, uma vez que ocorre atualmente uma competição de espaço entre agricultura, floresta e pecuária, além da pressão da sociedade por um desenvolvimento mais “consciente”, preocupado com as gerações presentes e futuras.
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Escrito por Luiza Pecci Canisares, Matheus Rebouças Pupo e Victoria Adorno Macedo Pacheco