Nicolas Michael Linares Franz
O Brasil é um dos maiores produtores de leite de vaca do mundo, nosso país conta com um rebanho de aproximadamente 23 milhões de cabeças de gado leiteiro. Ocupamos o quarto lugar no ranking mundial de países produtores, esse setor emprega mais de 2 milhões de pessoas. Uma das razões que fizeram o país alcançar esse patamar foi a adoção de boas práticas de manejo em todos os tipos de ordenha.
Para atender à demanda do mercado consumidor e às exigências das atuais regulamentações sobre produção de leite, os produtores devem inovar e tomar decisões precisas e acertadas quanto aos procedimentos centrais de sua produção. As boas práticas na hora da ordenha evitam contaminações e dessa forma, não se colocam em risco os investimentos realizados na operação.
Tipos de ordenha na produção de leite
Existem dois tipos de ordenha: o manual e o mecânico. Os dois métodos se diferenciam, basicamente, pelo uso ou não de um equipamento acoplado no úbere das vacas.
Na ordenha manual, o leite é retirado diretamente pelas mãos do ordenhador e posto em um balde. São necessários, de forma geral, poucos e simples instrumentos: peia para conter a vaca, banquinho para o ordenhador, balde, filtro e tanque de refrigeração.
Já a ordenha mecanizada é realizada com o auxílio de um equipamento que simula a mamada do bezerro, em um sistema de dupla câmara com pulsador. Ele permite a realização de duas etapas, uma de massagem e outra de extração ou ordenha propriamente dito.
Esse sistema é mais eficiente, visto que é menos dependente de mão de obra experiente — embora seja necessária a capacitação do ordenhador para lidar com os equipamentos e utensílios.
Impactos dos diferentes tipos de ordenha
Como a maioria dos produtores de leite sabe, apenas 25% da produção do rebanho é determinada por causas genéticas e 75% por causas ambientais, por esse motivo é crucial levar em conta o tipo de ordenha para intervir o mínimo possível nesse processo, garantindo bem-estar aos animais.
Para sistemas de vacas de alta produção, com animais de alto potencial genético, é indispensável a automação do processo de ordenha na fazenda, garantindo maior controle e eficiência do processo.
A ordenha mecanizada permite uma retirada mais rápida do leite, o que resulta em maior volume por dia, caracterizando um sistema intensivo de produção. Além disso, se bem conduzida e de acordo com as boas práticas sanitárias, oferece menos risco de contaminação. Vale ressaltar que os cuidados com o gado devem começar muito antes da ordenha, no pré e pós-parto das vacas leiteiras.
Realizar uma ordenha seguindo as melhores práticas de manejo é a forma de garantir a qualidade do leite produzido, uma vez que os devidos cuidados evitam possíveis contaminações. Entre as vantagens de se atentar aos detalhes da ordenha, podemos destacar: mantém a qualidade do leite, evita contaminações, favorece o controle de doenças, como a mastite, garante a adequação às normas regulamentadoras, assegura a comercialização segura do leite, reduz custos de produção.
Após essa leitura já é possível determinar qual é o tipo de ordenha e o manejo mais adequado para o seu negócio, considerando as particularidades da sua fazenda. Também temos que nos lembrar que nenhum deles interfere na qualidade do leite, contanto que sejam seguidas as boas práticas de higiene na hora da ordenha.